Uma reunião no salão da Igreja São Pedro Apóstolo, no distrito de Arroio Grande, em Santa Maria, em abril de 1962, foi o primeiro passo para a criação de uma das entidades sindicais mais importantes da região. Em busca de representatividade na luta por direitos e defesa de seus interesses, um grupo de 260 agricultores fundou o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria.
Hoje, a entidade tem sede própria, um prédio de quatro andares, com localização estratégica no centro da cidade, onde oferece aos seus associados benefícios e assessoria em diversos serviços. Veja abaixo
Além de Santa Maria, também tem associados em São Martinho da Serra, Itaara e Dilermando de Aguiar. À frente da entidade está o presidente Célio Luiz Fontana, 56 anos, que é agricultor da localidade de Três Barras, no interior do município.
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A receita do sindicato provém das contribuições dos 3,6 mil associados, do aluguel de duas salas da entidade, bem como do salão térreo onde funciona uma agropecuária, diz Fontana.O presidente destaca a importância da atuação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais na luta pelos direitos da categoria.
- Todas as políticas públicas que existem aqui dentro hoje são fruto de muita luta desta entidade. Hoje, a nossa grande luta é contra o êxodo rural, ou seja, fazer com que os jovens permaneçam no campo - destaca Fontana.
Conforme o presidente, outro grande problema que o sindicato enfrenta é desenvolver programas que possam contribuir na geração de renda para o pequeno agricultor, principalmente aqueles que saíram da casas dos pais que querem iniciar a vida no campo.
- A renda ainda é o nosso maior adversário, já que a produção agrícola do pequeno daqui compete com a produção do Mercosul. Além disso, desenvolvemos programas junto à Secretaria de Desenvolvimento Rural do Município onde distribuímos mudas de árvores, sementes, prestamos pequenos cursos, realizamos a construção de pequenos açudes para a criação de peixes, ainda prestamos apoio técnico por meio de uma parceria da Emater - completa Fontana.
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Ainda segundo ele, se não houver um trabalho intenso, o cenário da zona rural deverá mudar muito em breve, nos próximos 10 anos.
- O campo vai se tornar uma grande empresa rural. Os mais velhos vão morrendo, os filhos vendem as propriedades e quem compra vai transformar tudo isso em plantações de soja, de arroz e criação de gado. Daí nós não vamos ter o aipim, o milho, as frutas, as verduras, o queijo, o pão, o leite. Por isso nosso trabalho incansável é o de fixar o jovem no campo - desabafa Fontana.
ENTIDADES PARCEIRAS
Segundo Fontana, a entidade possui ótima relação com outras entidades ligadas ao campo, como a Secretaria de Desenvolvimento Rural e o Sindicato Rural de Santa Maria, com as quais realiza ações conjuntas em diversas áreas.
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Para o secretário de Desenvolvimento Rural, Rodrigo Menna Barreto, o sindicato é umas entidades de classe mais atuantes.
- O sindicato tem várias ações voltadas para o pequeno produtor, principalmente quanto à moradia e aposentadoria rural, além de ser parceira da nossa secretaria no programa Pró-Jovem (contra o êxodo rural) - considera Menna Barreto.
A entidade é atuante em causas trabalhistas e participa de manifestações por melhores condições de vida ao homem do campo, atuando junto de outros órgãos como a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) e outros.